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O que muda aos quarenta?

17 Out

Adorar beleza e não conhecer o Coisas E Cenas é um pecado capital! Ok, não conhecer o Invicta Maquiagem também, mas isso já são outros quinhentos. Hoje esta fantástica blogger vem falar-nos do que muda quando já se viram 40 ou mais Primaveras, algo que eu, do alto dos meus 25 anos não posso comentar com grande propriedade. Espero que este post enriqueça todos como me enriqueceu a mim e que não se esqueça de ir ver Coisas E Cenas logo de seguida.

beleza o que muda aos 40

O que muda aos quarenta?

Francamente? Nada. Absolutamente nada.

Com quarenta anos, e apesar da primeira celulite que chegou aos 35, dos cabelos brancos que mancham a melena alaranjada e dos vincos que começam a tatuar-nos a cara, a vida afigura-se tão divertida e prometedora como aos vinte, mas com a vantagem de nos conhecermos melhor, de sabermos exatamente o que queremos (e de não termos medo, caso não saibamos) e de termos um poder de compra que nos permite umas extravagâncias janotas.

De resto… bom, constate-se o aspeto de muitas das minhas camaradas de luta, todas entradas nos temidos -entas: a Kate Beckinsale, a Heidi Klum, a Sofia Vergara, a Naomi Watts, a Uma Thurman, a Jennifer Anniston, a Hale Berry, a Jennifer Lopez, a Elle Macpherson, a Monica Bellucci, a Rachel Weisz, a Robin Wright… enfim (podia estar aqui eternamente) tudo gente feiosa e manifestamente acabada, correto? Pois não.

Mais: conheço não sei quantos punhados de gente que não é atriz nem cantora nem modelo nem celebridade e tem tão bom aspeto como estas senhoras, que são apenas uma pequena amostra do bem que os quarenta nos fazem: a mesma destreza física, um corpo como o queremos (se o quisermos) e a sabedoria para nos tratarmos como deve ser.

Serviu o introito para chegar justamente aqui e a questão que se coloca é: há cuidados especiais que devamos ter aos quarenta anos? Pois há. Aos quarenta como aos trinta e, se eu tivesse tido juízo, também aos vinte e aos quinze. Mas mais vale tarde do que nunca, pelo que vamos lá.

Foi preciso chegar muito perto dos quarenta para perceber que pele oleosa não é sinónimo de pele hidratada, muito pelo contrário (ou pelo menos, sem qualquer relação), e que usar batom vermelho ou roxo ou rosa choque não é só para as festas, e que os óleos são os nossos melhores amigos, e que em vez de lutar com o cabelo que temos devemos tirar proveito dele, e que a moda é o que nos fica bem e nos diverte, não o que as tendências ditam (na verdade, em termos de moda sempre fui mais precoce). A pessoa tarda, mas acaba por não falhar.

Vai daí, em termos de cuidados de rosto e corpo, há coisas de que não prescindo, como sendo:

  •  Jamais deixo de passar creme de corpo, seja sob a forma de manteiga ou loção – o que importa é manter a pele hidratada, sempre, todo o ano (só de me lembrar como permitia que as minhas pernas ficassem com aspeto escamoso na adolescência, só me apetece voltar atrás no tempo para me auto-esbofetear);
  • Nunca não retirei toda a maquilhagem do rosto. Nunca – e isto não é sequer negociável, quanto mais desculpável; –
  • as unhas (das mãos, sempre, e dos pés no Verão) têm de estar sempre imaculadamente impecáveis (perdoe-se-me a redundância, mas há coisas que mexem comigo): verniz lascado pura e simplesmente deveria equivaler a crime de lesa-majestade. Se está lascado, tira-se, pronto;
  • No rosto, é imperativo buscar (até encontrar) a rotina de pele perfeita, aquela que torna a hipótese de sairmos à rua sem maquilhagem uma eventualidade, em vez de uma hipótese que nos aterroriza: séruns, cremes, óleos e máscaras de tratamento são uma absoluta necessidade, se não queremos chegar aos cinquenta com a cara feita numa uva-passa;
  • Se se puder, privilegie-se a qualidade, em detrimento do preço: como dizia não sei quem, se a pele é o nosso maior órgão e se faríamos qualquer coisa para ter um coração ou rim janotas, por quê descurar a pele?;
  • Exercício físico: qualquer um, onde quiserem. Mas mexam-se: têm até à menopausa para ter um corpo de vinte anos (mas com muito mais estilo), sem peles descaídas ou gorduras de que não gostam (porque se gostarem, é tratar delas com carinho, só não vale é passarem a vida a queixar-se) – tratem dele.

Quanto ao meu cabelo, devo dizer que deve ser uma das minhas características mais marcantes, que muito estupidamente só assumi nos últimos quatro ou cinco anos. Passei metade a vida a querer esticar o que era ondulado e a querer ser loira quando sempre fui castanha-escura-dourada (cenourinha no Verão). Estraguei o cabelo com tintas, descolorantes, secadores e pranchas, até que um dia pura e simplesmente decidi que ele seria quem quisesse. E ele quer ser comprido e encaracolado/ondulado, sendo que lhe oculto os brancos com uma tinta da minha cor de Verão (que é mais arruivada do que seria no Inverno), que me salienta as sardas e encaixa em tudo o resto, e que uso a cada 5 ou 6 semanas, mais ou menos. Trato-o o melhor possível, sem o agredir: deixo-o secar ao natural (só aliso a franja – que, já agora, rejuvenesce sempre), uso produtos indicados para cabelos secos ou encaracolados na lavagem e hidratação/nutrição, um óleo nas pontas, e qualquer coisa que ajude os caracóis a formarem-se e manterem-se, apesar da humidade (de outro modo, pareceria que me teria ligado à corrente elétrica, em determinadas ocasiões).

E quanto à maquilhagem? Há coisas proibidas aos 40? Há: o mau gosto. Na maquilhagem como na moda. Mas esse deveria ser interdito em qualquer idade, ou seja: desde que o que vestimos e usamos nos saliente as qualidades e camufle as caraterísticas menos bonitas, está bom assim. Por outro lado, nunca subestimemos o poder que a escolha de um look pode ter: sobre nós, sobre os outros e, necessariamente, sobre os nossos dias – ou seja: o segredo é cuidarmo-nos, sempre, seja qual for a idade que o nosso registo de nascimento diz que temos. No que toca à roupa, calçados e acessórios, são a minha paixão mais antiga: não há estação em que não compre carradas de trapos (e afins) novos e me aventure a conjugá-los com os velhos, criando todos os dias as vestes de quem me apetece ser. Normalmente, ando no alto de dez (ou mais) centímetros, o que me permite ter o metro e oitenta que sempre quis (a minha grande pancada prende-se com os sapatos, desde sempre), gosto de calças justas, de saias lápis, de blusões de pele, de carteiras muitas, de pulseiras sempre (não sei o que é usar o pulso nu), de relógios e de camisolas quentinhas. Adoro biquínis e tenho uns trinta; se pudesse viveria meio ano de havaianas nos pés e pele a saber a mar.

Na maquilhagem… a maquilhagem é um prazer diário (exceto aos fins de semana, onde a pele tem honras de SPA: máscaras e mais máscaras e a possibilidade de descansar do resto da vida). Normalmente, uso tudo aquilo a que tenho direito: a escolha do primer, da base (que não pode ser mate nem luminosa e que não compro no supermercado – os quarente já nos permitem estas excentricidades), dos produtos para dar cor, sombra e luz ao rosto, dos que me salientam a cor e a forma dos olhos, do batom (o último a que aderi, mas em força!), constituem um ritual diário a que me dedico com um cuidado quase cirúrgico (que não necessariamente moroso) – porque muitíssimo prazeroso. A coleção aumenta em função dos apetites e não das necessidades, o que é ainda mais divertido.

Se calhar muda muita coisa aos 40. Mas para melhor, sempre para melhor.

Post Scriptum: aquela coisa de que “tenho quarenta mas sinto-me com vinte” não é um mito urbano, acontece mesmo. Acho que estou condenada a ser uma velha gaiteira (mas em bom).